A Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ), o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), e a Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM) lançaram a 10 de janeiro, a Campanha Nacional «Vive a Democracia» que pretendeu dar um impulso à participação jovem na vida da nossa democracia através de uma aposta na literacia política, apelando ao voto e ao debate de propostas e ideias desta jovem geração para a construção de um Portugal para jovens.
A Campanha Nacional «Vive a Democracia» foi pensada para desafiar os/as jovens a questionarem-se sobre o seu papel na sociedade enquanto cidadãos/cidadãs que pertencem a um sistema democrático, com deveres e direitos, que funciona melhor quando todos e todas participamos.
No contexto das eleições legislativas, que decorreram no dia 30 de janeiro de 2022, destaca-se a importancia de mobilizar a juventude para este ato eleitoral, com o principal objetivo de combater o fenómeno crescente da abstenção eleitoral jovem no nosso país, que nas últimas eleições presidenciais atingiu os 48-55%, segundo dados da Universidade Católica Portuguesa, corroborada pelos dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos que revelaram que 14% dos jovens, entre os 18 e os 34 anos, nunca votaram em nenhuma eleição.
A Campanha decorreu em formato online e assentou em três áreas fundamentais:
i) Literacia e sensibilização política através da divulgação de conteúdos sobre o processo eleitoral em curso;
ii) Propostas dos/as jovens e das suas organizações com a divulgação e o debate de medidas concretas e das prioridades dos/as jovens portugueses/as; e a realização de um Fórum Nacional «Portugal para Jovens» que protagonizou um momento de partilha de ideias e propostas para o futuro do país no qual os/as jovens defenderão as temáticas que entendem ser prioritárias;
iii) Apelo ao voto através da divulgação de informação útil sobre o direito e o dever de votar, partilhando dicas e estratégias sobre formas de exercer o voto antecipado e aumentar os níveis de afluência dos/as jovens às urnas.
Perante a evidente dificuldade das novas gerações se autodeterminarem, esta Campanha teve também como objetivo apresentar as reivindicações da juventude e das suas organizações, e espoletar um debate em torno das medidas para a juventude propostas pelos partidos políticos candidatos às eleições legislativas.
A atual crise demográfica que a Europa e Portugal atravessam, comprovada pelos Censos de 2021, que revelaram a perda de 2% da população portuguesa, torna imperiosa a aposta em medidas de estímulo à natalidade, que está profundamente relacionada com a emancipação jovem, cada vez mais tardia, tendo no acesso à habitação (onde a média de idades de saída da casa dos pais traçada pela União Europeia subiu para os 26,4 anos em 2020 e em Portugal se encontra acima dos 30 anos) e na taxa de desemprego (que entre o 1.º trimestre 2020 e o período homólogo de 2021, foi de 22,3% até aos 24 anos e de 24,7% até aos 34 anos, quatro vezes superior à taxa nacional de 5,9%) os seus maiores indicadores.
Sob o lema «Política é Cidadania», a campanha visou o fortalecimento da democracia através da consciencialização da juventude para uma cidadania ativa, responsável e plena.